É linda esta imagem.

Adorava saber ficar assim, de cabeça para baixo, tão vertical, tão perfeita. Mas não sei.

Ando de cabeça para baixo, às vezes, de nariz no chão, com os cabelos em pé, selectiva na audição e propositadamente míope. Nesses dias, em que vejo o mundo ao contrário, falta-me a imaginação para o que preciso. E estupidamente, é nesses momentos que sinto falta do que não preciso: futilidades várias, uma bela fatia de bolo de chocolate, um cigarro. Esqueçamos o assunto e voltemos à imagem.

Uma lua branca que deixa cair a sua claridade e um corpo virado ao contrário, que comunica com ela.

É assim, que a vejo.

Não há noite, nem escuridão neste luar. Não me demoro mais, não acrescento mais palavras. Não tenho a pretensão de interpretar, de dizer para além do dizível.  Não tenho a pretensão de me substituir ao silêncio.

Ofereço a quem lê, a partilha dessa tarefa. E o som do mar, não me quero esquecer disso.

N.B.

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