As coordenadas:
Natália Batista (natalia.batista@sapo.pt)
Escreve-me Devagar
Sou.
Quase a expirar o estacionamento nos quarentas, professora de formação, fora do activo, um desemprego que olho pelo lado bonito das coisas, do que me trouxe. Uma segunda maternidade, distanciada dez anos da primeira. Este ofício de escrevente, que vem da infância com as primeiras letras, as histórias contadas e lidas. O lugar que se ampliou em mim como uma seara de sonhos e memórias, renovada a cada corte, a cada partilha. E assim nasce o blog, em Maio de 2013. Assim aclaro a voz da escrita, com o Alentejo colado à pele. Portalegre, Marvão, Santo António das Areias, são o meu berço parideiro. Sou mulher e isso não é uma condição, é um mundo.
Não percebo de política, nem de física, fugi à matemática. Gosto de contar histórias, de mexer nas palavras, mudar-lhes o sentido, carregá-las de ironia, de cansaços, de amor, desalento, usá-las. Faço isso com prazer. É nisso que trabalho. E no entretanto, aventurei-me nas Artes Decorativas. Aprendi e criei. Apaixonei-me pelas cores, pelos cheiros das tintas, dos diluentes, pelas técnicas fazedoras de arte. Sou de paixões. Não faço tudo bem, mas com paixão. É por isso, que nem sempre caibo dentro de mim e arrojo e procuro outras experiências de escrita, fora do blog. Foi assim, que aceitei o convite para escrever um texto, em exclusivo, para a página do escritor Luís Osório. Foi assim, que me entusiasmei, me atrevi e vi publicados vários dos meus textos, na plataforma Capazes. Sou grata.
O demais é um cliché que se resume:
- à pessoa que penso ser
- à pessoa que os outros reconhecem
- e aquela que eventualmente sou na realidade.
Prefiro apresentar-me como o blog, Escreve-me Devagar, num processo de construção permanente.
Natália Batista
17/08/2018